Emo rap, R&B cru, pop alternativo, indie desbocado: 11 novos artistas para ficar de olho
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Começo de ano é uma boa hora para renovar playlists com novos artistas, que já fazem algum barulho: do barulhinho manso do indie pop ao barulhinho grave e radiofônico do emo rap.

A safra recente de sons internacionais tem ainda uma Avril Lavigne atualizada e muita gente talentosa indo pelo tal do pop alternativo, uma música comercial, mas com um quê de estranheza.

Girl in Red

Girl in Red — Foto: Divulgação
Girl in Red — Foto: Divulgação

Marie Ulven vem da pequena cidade de Horten, na Noruega. A cantora e compositora de 21 anos atende pelo codinome Girl in Red e vem ganhando mais e mais fãs desde 2018.

Ela faz um pop lo-fi, o tal pop alternativo, indicado para fãs de Lorde e Billie Eilish. Ela foi a única artista não britânica na lista BBC Sound 2021, que é conhecida por fazer boas apostas, como Adele, Florence, Lady Gaga e Rosalía.

Os arranjos são melancólicos, e as letras mais ainda. Os títulos já dão pistas: “Summer depression”, “Dead girl in the pool”, “I’ll die anyway”. Até quando ela canta de amor, é de um jeito meio lânguido, abatido, como em “Two queens in a king sized bed”.

Olivia Rodrigo

Olivia Rodrigo — Foto: Erica Hernandez/Divulgação
Olivia Rodrigo — Foto: Erica Hernandez/Divulgação

Olivia Rodrigo já tinha um fã-clube de respeito, antes de lançar “Driver’s License”, canção sombria e confessional sobre tirar a carteira de motorista. Em quatro dias, o clipe da música passou de 14,5 milhões de views no YouTube.

A cantora e atriz californiana tem 17 anos, mas não é uma novata. Olivia emendou papéis em séries da Disney, como “Bizaardvark” e “High School Musical: A Série: O Musical”.

A balada de estreia da carreira solo foi parar no topo de vários rankings nos Estados Unidos, como o das mais ouvidas na Apple Music e no iTunes. “Driver’s License” também tomou o topo do ranking global do Spotify, enfiando uma canção melancólica entre tantas músicas mais radiantes.

Tate Mcrae

Tate Mcrae — Foto: Divulgação
Tate Mcrae — Foto: Divulgação

Tate Mcrae é daquelas estrelinhas precoces que são preparadas para o sucesso, desde bem novas. A jovem canadense é multitalentosa, com performances cheias de elasticidade.

Ela apareceu pela primeira vez quando foi finalista do reality show “So you think you can dance”, quando tinha 13 anos.

Agora, quatro anos depois, aos 17, Tate ganha força com um pop quase alternativo, meio arrastado. Esse rótulo vai fazer muita gente se sentir velho ou velha, ela faz um pop pós-Lorde ou um pop pós-Billie Eilish.

Chloe Moriondo

Chloe Moriondo — Foto: Divulgação
Chloe Moriondo — Foto: Divulgação

Em 2021, com tanta diversidade na música, será que o mundo precisa de uma nova Avril Lavigne? Claro que sim. Esse pop rock entre o desleixo e a rebeldia, com peso e ternura em igual medida, resume bem o som de Chloe Moriondo.

A cantora de 18 anos vem de Detroit, nos Estados Unidos. Ela fazia um indie pop mais acústico, artesanal, mas vem botando mais angústia, peso e guitarras em músicas mais recentes como “I wanna be with you” e “Girl on TV”.

Chloe cita como referências Hayley Williams, do Paramore, e a Phoebe Bridgers. Como o tempo passa, né? Até outro dia a Phoebe Bridgers era uma novidade… Chloe tem 3 milhões de inscritos no YouTube e contrato com a Fueled by Ramen, a gravadora do Twenty One Pillots, Panic At the Disco e Paramore.

Iann Dior

Iann Dior — Foto: Divulgação
Iann Dior — Foto: Divulgação

Outro jovem para ficar de olho vem de Porto Rico e se chama Iann Dior. Michael Ian Olmo, nome real do cantor de 21 anos, tem carreira mais consolidada. “Mood”, uma parceria dele com o rapper 24kGoldn, chegou ao topo da parada americana e ganhou uma versão com o J Balvin e o Justin Bieber.

O sucesso dessa música mostra que Iann Dior é um cantor para ficar de olho, mas “Mood” não é bem dele, né. Ele é a parte menos famosa do feat. Mas mesmo assim ajuda a projetá-lo, claro.

Dior vem crescendo aos poucos, lançando mixtapes e botando uns sons no Soundcloud, como faz o pessoal dessa cena do trap e do emo rap. É um hip hop mais grave, com algo de rock, perfeitinho para fãs de Post Malone. Canções grudentas como “Holding on” têm muita chance de pegar.

Royal & The Serpent

Royal & The Serpent — Foto: Divulgação
Royal & The Serpent — Foto: Divulgação

Royal & the Serpent é um projeto da cantora Ryan Santiago, de 26 anos. O som da banda de Los Angeles é intenso, dramático e passar por um rock clássico eletrônico, oscilando entre silêncios e barulhos.

A voz potente de Ryan chama atenção desde o lançamento de “Temperance”, em 2017. Nos últimos meses, a missão do Royal & the Serpent é ir além do público fã de sons alternativos. A banda tem um contrato com a Suicide Squeeze, gravadora de Seattle.

Ryan e seus colegas misturam o rock pesado e inventivo comum entre os artistas deste selo independente ao classic rock. Tem algo de Janis Joplin na performance da cantora. Até em músicas mais eletrônicas e modernosas (“Overwhelmed”) é possível notar essa influência.

Bree Runway

Bree Runway — Foto: Divulgação
Bree Runway — Foto: Divulgação

A inglesa Brenda Wireko Mensah é mais uma citada na lista BBC Sound deste ano. A cantora de 28 anos junta hip hop dançante, performance exagerada e citações a marcas.

A lista de singles recentes traz músicas como “Gucci” e “Little Nokia”, com clipe em que ela aparece montada em um telefone tijolão da marca, como se ele fosse um touro mecânico.

A carreira ainda está no comecinho, impulsionada pela mixtape “2000and4Eva”, lançada em novembro de 2020. A maior inspiração é Missy Elliot, mas ela também se diz fã de Lady Gaga e Pharrell Williams.

Fousheé

Fousheé — Foto: Divulgação
Fousheé — Foto: Divulgação

Fousheé surgiu para o grande público após fazer duas cadeiras virarem na edição americana do “The Voice”, em 2018. Antes, fez parte da banda fixa do Cafe Wha?, um icônico “club” de Nova York.

Ela voltou a ser mais falada após uma performance intensa de “Deep End” virar hit no TikTok. O clipe da música bateu 20 milhões de views no YouTube. A música também foi sampleada pelo rapper Sleepy Hallow, em “Deep End Freestyle”, com 32 milhões de visualizações.

Fousheé disse que se inspirou nas injustiças raciais nos Estados Unidos para escrever a letra, com arranjo R&B meio cru. Ela descreve os protestos do movimento Black Lives Matter, fala de empoderamento e de feminismo. “Me perdoe pelos meus peitos e pela minha maquiagem”, canta ela, com ironia.

Kevvo

Kevvo — Foto: Divulgação
Kevvo — Foto: Divulgação

Kevin Manuel Rivera Allende é o segundo nome desta lista que vem direto de Porto Rico. O rapper e cantor de 22 anos é uma aposta do reggaeton e é ligado a polêmicas.

Ele já tretou com outros astros do estilo e saiu na mão com o conterrâneo Omy de Oro. Mas não liga para a fama de marrento.

Kevvo também tem seus parças, é claro. O mais proeminente deles é o colombiano J Balvin. Os dois cantam juntos em “Billetes Azules”, de outubro de 2020.

Berwyn

Berwyn — Foto: Divulgação
Berwyn — Foto: Divulgação

Berwyn Du Bois se mudou de Trindade e Tobago, país caribenho, para Londres quando tinha nove anos. Neste ano, apareceu na lista de apostas da BBC por fazer uma mistura muito impactante de R&B, spoken word e rap, em músicas como “Glory” e “Vinyl”.

Multiinstrumentista, ele aparece tocando piano em versões mais cruas. O vocal grave e solene combina com as letras, com descrições emocionadas sobre, por exemplo, viver sem teto.

“Infelizmente, eu tenho bem mais histórias tristes do que felizes”, explicou. Dos artistas desta lista, Berwyn é o que tem números menos expressivos. Mas talvez isso seja questão de tempo.

Baby Queen

Baby Queen — Foto: Divulgação
Baby Queen — Foto: Divulgação

Bella Latham adotou a alcunha Baby Queen para fazer um pop debochado, com o primeiro single (“Internet Religion”) lançado em maio de 2020.

Nascida na África do Sul, hoje ela mora em Londres e se diz fã de Taylor Swift e 1975. A ideia é fazer hits eletrônicos leves com letras sobre Instagram, séries (“Killing Eve”, por exemplo), moda, saúde mental e outras questões da Geração Z.

Ela é direta ao descrever o som que a fez ganhar elogios de MTV, BBC e “NME”. “Anti-pop introspectivo e inteligente”, definiu Baby Queen.