Musical com nove atores e oito músicos vai reproduzir no palco do Vivo Rio uma das principais obras da banda inglesa.

O trauma psicológico de ver o pai assassinado pelo namorado da mãe faz um menino ficar surdo, mudo e cego. Apesar das limitações, ele desenvolve uma habilidade sobre-humana de jogar Pinball – um dos tipos mais comuns de fliperama – e passa a ser adorado como uma espécie de novo Messias.

O parágrafo acima poderia ser visto como um resumo honesto de “Tommy”, a ópera-rock lançada em 1969 pela banda inglesa The Who. Mas o texto passa longe de traduzir a importância e a profundidade da obra, uma das principais da história do Rock e que poderá ser acompanhada pelo público carioca na próxima sexta-feira (22), no Vivo Rio.

Transposta para o formato de musical, a trajetória do jovem Tommy será apresentada por meio de um elenco de nove atores e oito músicos. Todas as 24 canções do álbum estarão no espetáculo, entre elas os clássicos “It’s a boy”, “Amazing journey”, “Sparks”, “The acid queen”, “Pinball wizard”, “I’m free” e “We’re not gonna take it”.

Ao fundo, um telão irá reproduzir imagens da versão cinematográfica da obra, lançada em 1975 e dirigida por Ken Russell, com a participação astros como Eric Clapton, Tina Turner e Elton John.

“Lembro bem de quando o álbum foi lançado e, alguns anos depois, da estreia da adaptação cinematográfica. ‘Tommy’ mexeu comigo de uma maneira da qual nunca mais consegui me esquecer. E ainda naquela época, já pensava em vê-la sobre o palco”, explicou ao G1 o diretor inglês responsável pela montagem, Alan Veste.

O musical é dividido em duas partes: a primeira é baseada no show feito pelo Who em 1989, no qual “Tommy” foi apresentado na íntegra.

O jovem Tommy - surdo, mudo e cego ao ver o pai assassinado pelo namorado do mãe. — Foto: Divulgação
O jovem Tommy – surdo, mudo e cego ao ver o pai assassinado pelo namorado do mãe. — Foto: Divulgação

Na segunda parte, o musical se transforma em um show de Rock, com a apresentação de canções de “Lifehouse chronicles”, ópera-rock jamais concluída pelo guitarrista e principal compositor do Who, Pete Townshend – as composições feitas para ela acabaram inseridas no álbum “Who’s next”, um dos preferidos dos fãs. Portanto, canções que fazem parte dele, como “Behind blue eyes”, “Baba O’Reilly” e “Won’t get fooled again”, estarão no espetáculo.

Tommy entre os personagens Ernie e Cousin Kevin. — Foto: Divulgação
Tommy entre os personagens Ernie e Cousin Kevin. — Foto: Divulgação

A passagem do tempo não parece ser um problema para a obra. Apesar de lançado há 50 anos, as canções e ideias apresentadas em “Tommy” parecem fazer muito sentido no momento atual.

“Não tenho a menor dúvida disso. Uma obra que trata de abuso infantil e do surgimento de um falso Messias, com toda a potência do Rock feita pelo Who, é relevante demais no mundo em que vivemos hoje. ‘Tommy’ é uma história universal e esse tipo de narrativa sempre terá força”.

Antes do Rio, “Tommy” passa por Florianópolis nesta quarta-feira (20) e Porto Alegre na quinta-feira (21). Depois da apresentação em território carioca, o musical segue para Curitiba no sábado (23), e, por fim, São Paulo, no domingo (24).

SERVIÇO:

“The Who’s Tommy”

Data: sexta-feira (22).

Local: Vivo Rio.

Endereço: Avenida Infante Dom Henrique, 85 – Parque do Flamengo, Rio de Janeiro.

Telefone: (21) 2272-2901.

Horário da apresentação: 22h.

Abertura da casa: 20h.

Classificação etária: 18 anos – menores entram acompanhados por responsável.

Duração do espetáculo: 140 minutos.