'Leaving Neverland' será exibido em Sundance, nos EUA, e traz entrevistas com dois homens, hoje na faixa dos 30 anos, que dizem ter sido abusados sexualmente pelo cantor.

Os responsáveis pelo espólio de Michael Jackson condenaram nesta quinta-feira um documentário sobre os supostos abusos de sexuais de crianças praticados pelo cantor, chamando o filme de uma “ultrajante e patética tentativa” de ganhar dinheiro com a fama do artista.

O documentário “Leaving Neverland” (Deixando Neverland, em tradução livre) será exibido em janeiro no festival de cinema independente Sundance e também transmitido em seguida no canal a cabo HBO e no Channel 4, da Grã-Bretanha, anunciaram os organizadores do festival e a HBO.

O filme traz entrevistas com dois homens, hoje na faixa dos 30 anos, que dizem ter sido acolhidos pelo cantor e abusados sexualmente por ele quando eram meninos, de acordo com os produtores.

O cantor pop, que morreu em 2009, foi absolvido em 2005 numa ação criminal na Califórnia em que foi acusado de molestar um outro garoto, de 13 anos, em seu rancho chamado Neverland.

O documentário foca nas experiências de Wade Robson e James Safechuck. Ambos processaram o espólio de Michael Jackson depois da morte do cantor, alegando crimes sexuais, mas os dois casos não prosperaram. Robson foi uma das testemunhas de defesa no julgamento de 2005.

“Esse chamado ‘documentário’ é somente mais um requentado de acusações datadas e desacreditadas”, disse o espólio de Jackson em um comunicado. “Essa é mais uma produção sensacionalista em uma ultrajante e patética tentativa de explorar e faturar às custas de Michael Jackson.”

O diretor, Dan Reed, disse que não tem dúvidas sobre a validade das histórias dos dois homens.

“Se há algo que aprendemos durante esse tempo na nossa história, é que o abuso sexual é complicado, e as vozes dos sobreviventes precisam ser ouvidas”, disse o documentarista em um comunicado.