Cantora diz ao G1 que carreira solo é '2ª chance de fazer as coisas do jeito dela'. Ela emplacou hit logo no 1º single sem o grupo, e agora prepara álbum de estreia.

Um dia, Normani Kordei acordou sozinha após seis anos de sucesso ao lado do Fifth Harmony. A cantora de 21 anos foi uma das vozes do fenômeno do pop adolescente, que anunciou em março pausa por tempo indefinido. “Fiquei com muito medo, de verdade”, ela admite ao G1.

Para aumentar a ansiedade, Normani foi a última a lançar alguma música solo. Camila Cabello, que saiu do grupo em 2016, já tem até um álbum de sucesso. Ally, Dinah e Lauren também já tinham seus singles quando Normani se arriscou em “Love lies”, parceria com o cantor Khalid.

Foi um gol no primeiro lance: “Love lies” é um dos hits da temporada pop dos EUA. Agora, ela prepara um disco solo para o fim de 2018 ou início de 2019. Normani falou sobre esta “segunda chance” para recomeçar do jeito que ela quiser. Leia abaixo:

G1 – Quando vocês decidiram que o Fifth Harmony iria fazer uma pausa, você ficou nervosa sobre a carreira solo? O quanto o sucesso de “Love lies” mudou isso?

Normani – Fiquei com muito medo, de verdade. No dia em que anunciamos a pausa, fiquei pensando em todos os shows que já fiz com elas. E de repente ia ser só eu, sem as meninas do meu lado.

A partir dali, eu ia estar sozinha. Mas também é muito empolgante, porque eu posso me desafiar de formas que eram impossíveis no grupo. É uma chance de descobrir a mim mesma. Estou conseguindo me enxergar de formas diferentes. Por isso, estou animada.

G1 – E o fato de ter emplacado “Love lies” te deixou mais confiante?

Normani – Continua sendo assustador: fui a última a lançar um single entre as garotas. E eu confiar em mim mesma. Claro que quero fazer músicas que as pessoas amem, mas também não quero fazer nada de que me arrependa. Quero trabalhar no que eu acredito, no que eu ache melhor. E a cereja no bolo é que as outras pessoas gostem também. A música está indo muito bem, com 150 milhões de streams no Spotify. As pessoas gostaram, e eu não podia estar mais feliz.

Normani – Meu Deus, eu pirei! Fiquei muito realizada por minha primeira música fazer parte de um filme tão importante. Eu me lembro de ler o e-mail do meu empresário avisando que eles queriam que a faixa estivesse no filme. Sério, a Jennifer Garner é uma das minhas atrizes preferidas. E fazer parte de uma discussão tão séria e necessária… Foi um sonho para mim.

G1 – Teremos um disco seu ainda este ano ou no próximo?

Normani – Por enquanto, eu estou focando em ter um espaço para criar, me encontrar, achar meu som. Estou colaborando com um monte de artistas. Mas você pode esperar esse meu projeto provavelmente para o fim do ano ou começo do ano que vem. Ainda tenho tempo.

G1 – Como está a colaboração com a Missy Elliot? Acho que vocês não foram para o estúdio ainda, mas você já sabe qual será a música?

Normani – Sim, ainda não gravamos. Mas estamos conversando. Quero definir minha ideia para a música antes de ir para o estúdio. Talvez a gente vá em outra direção dessa minha ideia (risos). Mas não sei, só estou empolgada para experimentar e me divertir com isso.

G1 – Dois anos atrás você deu uma pausa no Twitter por causa de mensagens abusivas e racistas. Esse é um problema sério aqui no Brasil também. Hoje, você acha que é melhor ignorar estas pessoas ou reagir? E qual é o melhor jeito de reagir?

Normani – Eu acho que é mais fácil falar do que agir. Uma coisa é dizer para focar nas coisas positivas, mas no fim das contas somos seres humanos e ficamos magoados com estes ataques. Para mim, o melhor é tentar ignorar os ‘haters’ e toda essa carga negativa que eu recebi. Mas é difícil.

Acho que as pessoas não entendem o impacto que isso pode ter numa pessoa. Ou as consequências… É uma coisa muito séria. E o fato de não ter nenhuma punição para quem faz isso me fez achar que era melhor sair do Twitter. O que precisamos é ter mais empatia e amor uns pelos outros.

G1 – Atualmente há muitos trabalhos interessantes de cantores solo de grupos vocais, como do One Direction e agora do Fifth Harmony. Qual é a vantagem e a desvantagem de iniciar uma carreira vindo de um grupo desses?

Normani – Acho que é melhor parte é poder, depois de seis anos, ter uma segunda chance de fazer as coisas de novo da minha maneira. Eu não diria que há uma parte horrível, mas há um desconforto. Estar acostumado a fazer uma coisa por muito tempo e se apresentar ao mundo com quatro outras pessoas do seu lado, e de repente ter só você, é desconfortável.

G1 – Como você acha que essas experiências vão mudar o Fifth Harmony quando vocês se reencontrarem para fazer algo juntas de novo algum dia?

Normani – Acho que vai ser ótimo, de verdade, porque nós vamos voltar com mais para oferecer depois dessas aventuras, e depois de conhecermos melhor a nós mesmas do ponto de vista criativo. Eu acho que isso vai render um trabalho maravilhoso.