Cantor sertanejo dos hits 'Eu quero tchu, eu quero tcha' e 'Vamos beber' acredita que não terá apoio de jogadores de futebol em sua nova fase.

Neymar comemorou seu 100º gol pelo Santos com a coreografia da música “Eu quero tchu, eu quero tcha”. Foi assim que a dupla João Lucas e Marcelo, intérprete do hit chiclete, celebrou a chegada, enfim, do sucesso. Isso foi em 2012.

Seis anos depois (e mais dois hits – “Louca, Louquinha” e “Vamos beber”), a dupla se desfez.

João Lucas decidiu ir para o meio político. Já Marcelo Bernardes de Oliveira, de 32 anos, adotou o sobrenome Martins (“peguei emprestado da minha mãe”) e resolveu escalar todas as suas composições românticas.

“Eu quero cantar minhas composições. Sou autor de muitas músicas bonitas e com a dupla não tinha como mostrar isso”.

Mas por que não as cantou enquanto estava com a dupla?

“Esse ritmo, mais funknejo, rotula muito a dupla. Não é fácil você tirar esse rótulo. O pessoal espera mais uma animada, mais um funknejo. Não é fácil mostrar o talento romântico”.

“A gente não queria cantar funknejo. Gravamos uma e estourou”. E depois não teve mais como fugir? Marcelo apenas ri com a pergunta.

Dupla João Lucas e Marcelo na gravação do primeiro DVD em Goiânia (Foto: Adriano Zago/G1)
Dupla João Lucas e Marcelo na gravação do primeiro DVD em Goiânia (Foto: Adriano Zago/G1)

Na voz de outros artistas

Enquanto o romantismo não se encaixava na dupla, outros artistas aproveitaram a inspiração de Marcelo. No Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Edac), responsável pelo repasse dos valores de direitos autorais, quase 200 faixas estão registradas em seu nome.

Entre elas, canções interpretadas por Victor e Leo (“10 minutos longe de você” e “Na linha do tempo”), Luan Santana (“Incondicional”), entre outros.

“Sou amigo de todos eles. Estou sempre mandando composições direto e eles também me ligam pedindo muito. Se for do agrado deles, eles gravam”, afirma Marcelo. Ele diz não escrever pensando em quem vai interpretar a canção: “A música encontra o dono dela”.

Atualmente, ele garante que ganha mais dinheiro como compositor do que como cantor.

Mas Marcelo não quer apenas sertanejos gravando suas músicas. E tem o sonho: “Ivete Sangalo. Sou muito fã dela, do trabalho que ela faz”.

Enquanto Ivete não vem, Marcelo está em estúdio gravando seu primeiro CD solo e acaba de lançar sua primeira música. “Mesa de lata” tem frases dignas de hits de sofrência como “tô ruim de amor e ruim de amigo”, “copo vazio não enche coração de amor” e “essa mesa de lata virou cama fria”.

Será que a nova fase vai ter o apoio de jogadores de futebol, como no estouro de João Lucas e Marcelo? “Não, não vai ter esse apoio. Acho que não tem muito a ver”.