O vilão

O vilão

Rodrigo dos Anjos, o paparazzo que fez as fotos de Marcelo Adnet traindo a mulher, Dani Calabresa, com uma loira pelas ruas do Leblon, no Rio, disse ao EGO que chegou a sentir peso na consciência por estar registrando um momento delicado como aquele: “Teve uma hora em que eu até parei e pensei em deletar as fotos, tive um sentimento de fraqueza, mas aí eu parei, respirei e segui em frente.”
Trabalhando correndo atrás de furos das celebridades há sete anos, o fotógrafo conta que, após as fotos serem publicadas na imprensa, sofreu retaliação dos fãs do casal. “Você acaba virando o vilão da história, parece que foi você o responsável pelo fim do casamento deles. Você é isso, aquilo, começam os xingamentos, e não é isso. O casamento deles já tinha acabado a partir do momento em que ele pulou a cerca, ele traiu a mulher dele, eu só mostrei o que ela não estava enxergando ou o que não estava querendo enxergar”, conta Rodrigo. Confira a entrevista:
Você acaba virando o vilão da história, parece que foi você o responsável pelo fim do casamento deles”
Rodrigo dos Anjos
Na hora em que estava fazendo as fotos, pensou em desistir?
Teve uma hora em que eu até parei e pensei em deletar as fotos, tive um sentimento de fraqueza, mas aí eu parei, respirei e segui em frente. Um amigo dele veio me abordar pedindo para apagar as fotos e eu não gostei. Logo esqueci este sentimento e dei continuidade ao meu trabalho.
Não me ofereceram dinheiro. Uma revista até me perguntou se ele tinha me oferecido R$ 25 mil e eu disse: ‘Meu bem, você acha que se tivessem me oferecido dinheiro eu estaria aqui falando com você por telefone? Eu estaria viajando de primeira classe, tomando um bom champanhe, indo para Nova York, rumo à Quinta Avenida e fazendo compras na Louis Vuitton (risos).
Você sentiu peso na consciência com as fotos? Pensando que poderia acabar com um casamento?
Senti sim, acho que no fundo todo mundo sente e que a pessoa tem que ter sangue frio. Mas eu também penso de outra forma, acho que quando você ama de verdade, quando você está apaixonado por uma pessoa, por mais que a carne seja fraca, você não olharia nem para o lado. Eu, pelo menos nos meus relacionamentos, só pulei a cerca quando não queria mais, quando não sentia mais tesão pela pessoa. Então eu acho que quando você trai é porque já acabou o tesão, é porque só ficou a amizade.
Sofreu algum tipo de retaliação?
Sim, você acaba virando o vilão da história, parece que foi você o responsável pelo fim do casamento deles. Você é isso, aquilo, começam os xingamentos, e não é isso. O casamento deles já tinha acabado a partir do momento em que ele pulou a cerca, ele traiu a mulher dele, eu só mostrei o que ela não estava enxergando, ou o que não estava querendo enxergar.
Como é o trabalho de um paparazzo no Rio de Janeiro?
Como se fosse um detetive, um espião. Acho que o mais gostoso em ser um paparazzo é a adrenalina envolvida, a emoção, o coração bater mais forte, o medo de alguém te pegar e dar aquela confusão. Eu às vezes me sinto como um fotojornalista subindo o morro em uma operação de guerra, tentando fotografar um bandido e ao mesmo tempo tendo que se proteger de uma bala perdida.
Tem alguma história curiosa?
Tenho várias. Mas uma bem engraçada é sobre uma pessoa que eu fotografava muito. A mulher dele me apresentou para ele, eles se separaram e acabou que eu tive um relacionamento com este ator.
Já fotografei um galã beijando outro homem e um cantor, que hoje em dia é separado, com outra mulher.”
Rodrigo dos Anjos
Já deixou de publicar alguma foto que causaria danos muito graves?
Sim, fotografei um galã beijando outro homem e um cantor, que hoje em dia é separado,mas que na época estava em crise no casamento. Esse cantor estava traindo a mulher, mas ele me abordou de uma maneira que eu não tive como dizer ‘não’ para ele. Já esse outro ator, que fotografei beijando um cara na rua, também me abordou de uma maneira que me senti acuado e não tive como dizer não, de tão desesperado que ele estava. Só faltou se ajoelhar aos meus pés.
Via Ego