Em 1974, Moraes Moreira deixou o grupo Novos Baianos. Sem o grupo que lhe deu projeção a partir de 1969, o caminho natural foi seguir na música em carreira solo. Tanto que, em 1975, o cantor, compositor e músico baiano já apresentou o primeiro álbum solo, intitulado Moraes Moreira e lançado pela gravadora Som Livre. É esse disco que ganha edição avulsa em CD, prevista para chegar às lojas na primeira quinzena de abril em embalagem fabricada em formato digipack.

O álbum Moraes Moreira era inédito em CD no Brasil até 2014, quando foi reeditado na caixa intitulada Moraes Moreira – Anos 70. Só que até então nunca saiu de forma avulsa em CD no Brasil, como já tinha acontecido no Japão antes da edição da caixa.

Se analisado em perspectiva na obra do compositor, o repertório do álbum Moraes Moreira não é dos mais inspirados da discografia solo do artista, mas já delineia a construção de universo musical que alcançaria pico de inspiração no álbum de 1979.

Sete das 12 músicas do disco de 1975 são assinadas somente por Moreira. Entre elas, há Chuva no brejo, Do som, Sempre cantando, Guitarra baiana – incluída na trilha sonora da novela Gabriela (TV Globo, 1975) em registro diferente da gravação desse disco – e Violão vagabundo. Completam o repertório duas sobras da parceria de Moreira com o novo baiano Luiz Galvão, Anda nega e Chinelo do meu avô, além de regravação em tom mais roqueiro de Se você pensa (Roberto Carlos e Erasmo Carlos, 1968).

O toque mais inusitado desse repertório é PS, por se tratar de parceria bissexta de Moreira e Galvão com ninguém menos do que Luiz Gonzaga (1912 – 1989), eterno rei do baião.