Infância pobre, aborto, censura e violência doméstica são retratados na série com 10 capítulos a partir de quinta (30). Andrea Beltrão, Marco Ricca e Valentina Herszage estão no elenco.
Os bastidores na televisão, a infância sofrida e os relacionamentos da apresentadora Hebe Camargo são retratados na série “Hebe”, que estreia na Globo nesta quinta (30).
“Hebe Camargo é uma pessoa que tem alegria de viver, é uma lutadora e não é sempre essa doçura que deve em quando ela demonstra, não. Às vezes ela é bem rabugentinha”, afirmou Hebe em entrevista a Marília Gabriela em 2010.
O momento é reproduzido na abertura da série com Andrea Beltrão e dá o tom do que o espectador vai ver dali pra frente.
Com dez capítulos, a série é um projeto complementar ao filme “Hebe: A Estrela do Brasil”, lançado em 2019, e foi gravada dois meses depois do fim da cinebiografia. Assista ao trailer abaixo.
Escrita por Carolina Kotscho, que também fez o roteiro de “Dois Filhos de Francisco”, “Hebe” não faz uma homenagem caricata da apresentadora e foca no lado mais humano, nas batalhas, na dor e não só no glamour que a televisão exibiu por décadas.
A atriz Valentina Herszage interpreta Hebe durante a juventude e os atores Marco Ricca, Danton Mello, Ângelo Antônio, Walderez de Barros e Gabriel Braga Nunes também estão no elenco.
‘Mergulho’ na vida de Hebe
A pesquisa começou a partir de um acervo de mais de 3 mil recortes de jornais e revistas de uma fã e Carolina diz que “mergulhou” no material a partir de 2014.
Do material saiu a cinebiografia “Hebe: A Estrela do Brasil”, lançada em setembro de 2019, e a série que já está no Globoplay, mas agora estreia na TV aberta.
“Eu tinha Hebe ali com todas as transformações, com todas as contradições, todas as explosões. Escrevi muito pautada pelo que marcou pra mim no processo de pesquisa”, afirma a autora em coletiva por videoconferência com jornalistas.
A narrativa não é cronológica e os fatos da adolescência e da fase adulta vão e vem ao longo dos capítulos. “Quando a gente conta a nossa história, a gente não conta cronologicamente”, explica Carolina.
Quebra-cabeça de cenas
Diferente do filme que foca na década 80 e na censura que a apresentadora sofreu na televisão durante a ditadura, a série mostra a parte da infância e adolescência e a trajetória de Hebe na rádio.
Os diretores Maurício Farias e Maria Clara Abreu lembram do desafio que foi produzir, e, depois, juntar as cenas pensando em produtos diferentes:
“Foi complicado ter as duas coisas, porque você tinha que fazer conexões do filme que iam chegar na série lá na frente”, explica Maria Clara.
“É um quebra-cabeça gigante de possibilidades e muito sofisticado”, diz Farias. “Há cenas na série que não estão no mesmo lugar, não estão na ordem cronológica do filme”.
“Uma das coisas mais difíceis do trabalho é justamente manter uma continuidade de emoção, você ter um domínio, um conhecimento e realmente conseguir fazer. Isso é um trabalho coletivo, fundamentalmente um trabalho de atores”, conclui o diretor.
“Hebe” tem 10 capítulos e vai ser exibida semanalmente às quintas-feiras na Globo.