Atriz que se tornou a cantora de voz mais potente da Bahia, Margareth Menezes começou a chamar a atenção na cena musical da cidade natal de Salvador (BA) em meados da década de 1980. Mas foi em 1987 que a cantora baiana ganhou projeção definitiva com a gravação de Faraó (Divindade do Egito), samba-reggae do compositor baiano Luciano Gomes.

Por conta desse registro antológico, a voz de Maga – como a cantora é carinhosamente chamada no universo musical baiano – ecoou no Brasil e até no exterior porque o estouro de Faraó abriu caminho há 30 anos para a gravação de álbum, Margareth Menezes (1988), que fez David Byrne se empolgar com o timbre caloroso da cantora e a convidar para abrir os shows da turnê mundial feita pelo líder do grupo Talking Heads em 1989.

Curiosamente, Margareth Menezes jamais incluiu em um álbum um registro integral de Faraó gravado em estúdio. O CD Kindala (1991) até reapresentou Faraó, mas em registro parcial do samba-reggae feito para o pot-pourri de hits do gênero que encerra o terceiro álbum da cantora.

Por isso mesmo, resulta importante a regravação de Faraó feita por Margareth neste ano de 2018 para a trilha sonora de Segundo sol, novela estreada anteontem pela TV Globo no horário das 21h. Margareth Menezes é presença ilustre em farta trilha sonora que recicla, em vozes das novas gerações, sucessos da música afro-pop-baiana rotulada como axé music.

Maga representa a velha guarda do gênero ao lado de Daniela Mercury, ouvida na trilha com a gravação original de O canto da cidade (Tote Gira e Daniela Mercury, 1992), música-título do álbum blockbuster que marcou a explosão nacional da cantora baiana há 26 anos e que abriu o primeiro capítulo da novela de João Emanuel Carneiro produzida com direção artística de Dennis Carvalho.