Filme vencedor do Leão de Ouro, dirigido pela diretora Chloe Zhao, tem Frances McDormand como uma viúva.

Filme 'Nomadland' mostra uma comunidade de moradores de vans que atravessa o oeste dos Estados Unidos — Foto: Reprodução / Internet
Filme 'Nomadland' mostra uma comunidade de moradores de vans que atravessa o oeste dos Estados Unidos — Foto: Reprodução / Internet

“Nomadland”, da diretora chinesa Chloe Zhao, venceu o Leão de Ouro, principal prêmio do Festival de Veneza, neste sábado (12), último dia do evento. O filme era um dos favoritos ao prêmio e é um dos fortes candidatos ao Oscar.

A obra mostra uma comunidade de moradores de trailers que atravessa o oeste dos Estados Unidos e tem Frances McDormand como uma viúva, em seus 60 anos, que transforma sua van em uma moradia móvel e pega a estrada — buscando empregos sazonais ao longo do caminho.

O diretor mexicano Michel Franco posa com o Leão de Prata - Grande Prêmio do Júri que recebeu por "Nuevo Orden" (Nova Ordem) no último dia do 77º Festival de Cinema de Veneza, em 12 de setembro de 2020 — Foto: Tiziana FABI / AFP
O diretor mexicano Michel Franco posa com o Leão de Prata – Grande Prêmio do Júri que recebeu por “Nuevo Orden” (Nova Ordem) no último dia do 77º Festival de Cinema de Veneza, em 12 de setembro de 2020 — Foto: Tiziana FABI / AFP

O júri do Festival de Veneza, presidido pela atriz australiana Cate Blanchett, premiou também o mexicano Michel Franco, que conquistou o Leão de Prata – Grande Prêmio do Júri, por “Nuevo Orden“, uma metáfora do México e do mundo moderno, afetado por diferenças sociais, racismo e desigualdades.

“Comecei este filme há cinco anos e não fazia ideia de que esta distopia que imaginava estivesse tão próxima da realidade, com as manifestações em Chile, Colômbia, Hong Kong e o movimento Black Lives Matter”, comentou Franco, 41, ao receber o prêmio em Veneza. “Não quero ser pessimista. Fiz este filme para que as coisas mudem. Temos que acreditar no futuro.”

O ator italiano Pierfrancesco Favino foi premiado por “Padrenostro”, de Claudio Noce, história ambientada durante os chamados “anos de chumbo” na Itália.

Vanessa Kirby (à esquerda) recebe prêmio por Melhor Atriz por "Pedaços de Mulher", no 77º Festival de Cinema de Veneza — Foto: Alberto PIZZOLI / AFP
Vanessa Kirby (à esquerda) recebe prêmio por Melhor Atriz por “Pedaços de Mulher”, no 77º Festival de Cinema de Veneza — Foto: Alberto PIZZOLI / AFP

O primeiro festival realizado durante o coronavírus não registrou nenhum contágio e terminou com um balanço positivo.

Sem os astros de Hollywood e os caçadores de selfies no tapete vermelho, o evento foi realizado em condições particulares, seguindo medidas sanitárias rigorosas, sem filas ou aglomerações e com os convidados respeitando o distanciamento social.

Ator e produtor italiano Pierfrancesco Favino recebe prêmio de melhor ator por "Padrenostro" no 77º Festival de Cinema de Veneza — Foto: Alberto PIZZOLI / AFP
Ator e produtor italiano Pierfrancesco Favino recebe prêmio de melhor ator por “Padrenostro” no 77º Festival de Cinema de Veneza — Foto: Alberto PIZZOLI / AFP

Principais prêmios da 77ª edição do Festival de cinema de Veneza:

  • Leão de Ouro de melhor filme: “Nomadland”, de Chloe Zhao (Estados Unidos);
  • Grande Prêmio do Júri: “Nuevo Orden”, de Michel Franco (México);
  • Leão de Prata de melhor diretor: o japonês Kiyoshi Kurosawa, por “Wife of a Spy”;
  • Melhor roteiro: o indiano Chaitanya Tamhane, roteirista e diretor de “The Disciple”;
  • Prêmio especial do júri: “Dear Comrades”, de Andreï Konchalovski (Rússia);
  • Melhor atriz: a britânica Vanessa Kirby, por “Pieces of a Woman”, de Kornel Mundruczo;
  • Melhor ator: o italiano Pierfrancesco Favino, por “Padrenostro”, de Claudio Noce (Itália);
  • Prêmio Marcello Mastroianni de melhor intérprete jovem: o iraniano Rouhollah Zamani, protagonista de “Khorshid”, de Majid Majidi.