De ascensão e queda de MC Loma a crescimento contínuo de Ferrugem, relatório de empresa de monitoramento na web e rádios mostra diferentes curvas de sucesso musicais de 2018.
Existem envolvimentos diferentes, ensina um relatório divulgado nesta terça-feira (4) sobre o sucesso de músicos brasileiros. Os fãs se envolveram de forma intensa e passageira com MC Loma, do hit “Envolvimento”, por exemplo. Foi diferente da subida contínua do pagodeiro Ferrugem.
A empresa de monitoramento Playax analisou as curvas de execução na internet e nas rádios de artistas de destaque em 2018. Com isso, indicou diferentes modelos de sucesso. Há subidas fugazes, contínuas, irregulares, carreiras estáveis e em queda – veja exemplos abaixo.
Foram consideradas execuções de todas as músicas dos artistas no Spotify, no YouTube e em rádios ao longo de 2018. A empresa também criou um índice consolidado, que faz uma média da evolução das execuções nos três meios (IAM – índice de audiência musical).
Modelo ‘ascensão e queda’ – Exemplo: MC Loma
Nos gráficos, é possível ver como a jovem pernambucana estourou no período do Carnaval seu hit “Envolvimento” – primeiro no Spotify e no YouTube, depois nas rádios.
Ela chegou a ter outras músicas com boa execução, como “Não se apaixona” e “Treme treme”. Mas não foi suficiente para manter o fenômeno.
Veja as curvas de execução das músicas de Loma abaixo. (O IAM, ou índice de audiência musical, na linha azul, é um índice consolidado da Playax que considera a execução total na internet e nas rádios).
“Outros lançamentos da artista até o momento não foram capazes de sustentar sua carreira. Se a meta é estar nas primeiras posições do ranking, um hit é essencial, mas sem uma estratégia de sustentação o artista pode morrer na praia”. diz o relatório da Playax.
Os problemas da cantora com os empresários e com a Vara da Infância podem ter contribuído com a queda – que não parece ser irreversível, dado o alto número de seguidores que ela ainda tem nas redes.
Outro exemplo deste modelo de “ascensão e queda”, segundo o relatório, é Jojo Todynho, de “Que tiro foi esse”.
Modelo ‘crescimento contínuo’ – Exemplo: Ferrugem
A melhor curva possível para um artista é a que mostra crescimento constante e sem indicação de que vá diminuir no futuro. Este é o modelo em que se encaixa o pagodeiro Ferrugem, de “Pirata e tesouro” e outros hits que dão novo fôlego popular ao pagode.
O relatório dá hipóteses para o crescimento que não para: “Planejamento de carreira, investimento em marketing, execução maciça em rádio, participação em programas de TV e parcerias com artistas populares são alguns dos estímulos que impulsionaram o artista”.
“A tendência para 2019 ainda é de crescimento”, indica a Playax sobre Ferrugem. Outros artistas com gráficos neste modelo de crescimento contínuo em 2018, segundo o relatório, são Cynthia Luz e Attitude 67.
Modelo ‘escada’ – Exemplo: Mano Walter
Lança uma música, divulga bastante, espera. Lança outra, trabalha muito, dá um tempo até a próxima. É mais ou menos este o modelo que está dando certo para o alagoano Mano Walter. Ele conseguiu ao menos três grandes impulsos de crescimento de sucesso ao longo do ano.
É um exemplo do modelo “escada”, segundo a Playax.
“Diferente do crescimento contínuo, neste modelo vemos períodos de consolidação seguidos de picos de audiência e o retorno a um patamar maior. O exemplo de 2018 é Mano Walter, que teve lançamentos bem-sucedidos e esforços de marketing coordenados desde o fim de 2017”, descreve o relatório.
Outros exemplos deste modelo são Jefferson Moraes e a dupla DIego e Victor Hugo.
Modelo ‘do zero ao topo’ – Exemplo: Melim
Este modelo é parecido com o de Ferrugem, e mostra um saldo positivo ao longo do ano. Só que, ao contrário do pagodeiro, que não dá indicação de que vai parar de crescer, o trio Melim parece ter encontrado um “teto”. Ou seja: tende a continuar tocando bem, mas não indica que vá continuar subindo.
“Nos serviços de streaming, passou de uma média mensal de 2 milhões de plays em janeiro para 89 milhões em novembro e, desde então, mantém essa média”, descreve o relatório.
Outro exemplo deste modelo é o cantor Vitor Kley.
Modelo ‘estável’ – Exemplo: Gilberto Gil
Este movimento é mais fácil de ser explicado e previsto: são artistas com carreiras consolidadas e repertório já bem conhecido e grande. Gilberto Gil , mesmo tendo lançado um novo disco em agosto de 2018, apresenta um gráfico linear, descreve a Playax. A execução não chega a picos como o dos outros artistas aqui, mas também é mais garantida que a dos colegas.
Outro exemplo artista neste modelo estável em 2018, segundo a Playax, é Baby do Brasil.
Modelo ‘queda contínua’ – Exemplo: Pabllo Vittar (em 2018)
O relatório também indica um modelo com saldo negativo, mas não tão drástico quanto o de ascensão e queda do exemplo inicial.
“Queda na popularidade é comum aos artistas em momentos de poucos shows ou nenhum lançamento, mas é um ponto de atenção quando essa queda se repete por meses consecutivos”, indica a Playax, dando o exemplo de Pabllo Vittar ao longo do ano de 2018.
Mas nenhuma curva do relatório é definitiva. Pabllo, por exemplo, lançou em outubro seu segundo álbum, “Não para não”. Nesta segunda-feira (4), o clipe da música “Seu crime” teve 500 mil views em 3 horas. Será que neste ano a curva vai virar de novo?