‘Romance desapegado’, do Conde do Forró, bate 30 milhões no YouTube com carisma de Japinha
Forró romântico contou com vídeo descontraído da vocalista, potencial de meme e sofrência para emplacar. Após sucesso, música foi regravada por Marcia Fellipe e está na mira de Safadão.
Uma letra que pega fundo no coração dos solteiros e tem potencial de meme, um sub gênero chamado de “forró romântico de favela” e um vídeo inusitado regado a corote ajudaram a Conde do Forró a ter o maior sucesso no Brasil hoje.
Foi com essa fórmula que a veterana banda alagoana levou “Romance Desapegado” a uma marca impressionante: mais de 30 milhões de visualizações no YouTube em menos de um mês.
A música também está entre as 50 virais do mundo e no top 10 do Brasil no Spotify. No Youtube, o desapego do Conde do Forró chegou à primeira posição no ranking musical.
A performance ajudou a alavancar a popularidade do outro lançamento da banda. “Saudade de mim” já soma 8,7 milhões de visualizações e está entre as músicas em alta da plataforma.
“É muito casal fingindo que se ama e muito solteiro apaixonado”.
O refrão cantado pela vocalista Japinha virou citação sensação nas redes socais. A música foi regravada por Márcia Fellipe e Ellen Nery. Além disso, há versões na voz de Weslley Safadão circulando pelo Youtube.
A cantora tem grande mérito pela viralização. Antes de gravar em um cenário bonito e por a música para rodar, ela publicou um vídeo sentada em um banco de praça, com um corote na mão e um recado para o ex-namorado:
“Fala, rapaziada, tô aqui com meu Corote. Passou um gari agora há pouco e eu lembrei do meu ex que dizia que eu era um lixo. Incrível que o gari não me reciclou, sinal que eu sou gente fina pra…”
Foi assim que a Japinha apresentou “Romance desapegado”, seu primeiro grande single à frente da banda Conde do Forró. Ao G1, ela contou como teve a ideia do vídeo, como tem sido a adaptação no novo trabalho e os planos com a banda.
Japonesa, carioca e forrozeira
Nascida no Rio de Janeiro, Lorraine Silva, de 19 anos, começou a fazer trabalhos como modelo aos 10. Cinco anos depois, finalmente conseguiu convencer a mãe de que aquilo não era o que ela queria.
“No fundo, eu já sabia que era a música que queria seguir. Foi complicado convencer minha mãe que eu queria ser cantora com 15 anos”, conta ela.
Japinha gostava de forró “desde criancinha”, como ela diz. Quando começou a cantar, passou por duas bandas do estilo na cidade, mas as passagens “não deram certo”.
Ela tinha acabado de ser reprovada para um outro teste quando recebeu o convite do Conde do Forró para substituir a vocalista anterior, Jarly Almeida.
Sobre o vídeo que viralizou, ela diz que foi sem querer: “A gente tinha acabado de gravar, eu estava cansada e falei ‘quer saber, vou beber para relaxar um pouco’. O gari passou, lembrei do meu ex e comecei a falar umas coisas nada a ver. Bêbada, a gente fala mesmo. Pedi para o dono da banda me gravar e fui viajando.”
Japinha gosta de cantar e escrever sobre sofrência. Por conta da banda, se mudou sozinha para Alagoas. Conde do Forró surgiu em 2013 em Maceió e seu público cativo está concentrado no Nordeste.
Além de gravar, está se preparando para shows. Segundo a cantora, os convites não param de chegar. Eles passaram de 15 shows mensais, antes da pandemia, para 25 a 30 no mês, agendados a partir de novembro. “Estou ansiosa demais para os primeiros shows. O telefone não para, é muita ligação para fechar show. Tá fluindo.”
Quem é essa mulher?
Junior Vidal, executivo do Sua Música, site referência para entender os novos sucessos, diz que o estouro de “Romance desapegado” e a estreia de Japinha também despertaram curiosidade no ramo do forró.
“Já foi bacana o fato de ser uma cantora de forró com traços orientais, isso já chamava a atenção. Contando também que ela é muito talentosa.”
“Ela gravou o projeto, uma espécia de DVD mais intimista, algo com produção reduzida. Antes de lançar oficialmente, começou a fechar parcerias com páginas de Instagram do segmento musical, e essas páginas começaram a publicar vídeos dela”, explica Vidal ao G1.