Produtor de Tromboneando, álbum que o músico carioca Serginho Trombone lança esta semana em edição digital e em CD, Roberto Frejat caracteriza esse excepcional instrumentista como “um tesouro escondido da música brasileira”.

Frejat se refere ao fato de Sérgio Fernando de Souza, atualmente com 69 anos, ter atuado mais nos bastidores, tocando e fazendo arranjos em discos alheios, do que desenvolvendo a própria carreira.

Integrante do seminal Abolição, grupo carioca de funk e soul formado no fim da década de 1960 pelo pianista Dom Salvador, o autodidata Serginho tem de fato discografia solo bem menor do que a imensa habilidade que possui para tocar trombone.

Tanto que Tromboneando é somente o segundo álbum solo da obra fonográfica do artista, sendo lançado 27 anos depois do primeiro e até então único disco individual do músico, Avec elegância (1991).

Visto no traço de Sérgio Ramos na capa de Tromboneando, o músico apresenta no álbum sete músicas inéditas e regrava duas composições associadas ao vozeirão grave do cantor Tim Maia (1942 – 1998) – Primavera (Cassiano e Silvio Roachel, 1970) e O caminho do bem (1976), música composta pelo próprio Serginho Trombone com Paulinho Guitarra e Beto Cajueiro quando o Síndico vivia a mística “fase Racional” – ao longo de repertório que transita por ritmos como funk, samba, balada e baião, fazendo saltar a veia black que pulsa com suingue no toque do trombone de Serginho.

A atual safra inédita e autoral do músico compositor inclui os temas Alçapão, Caule do coqueiro, Escola real, Good trip, Pérola e Serra do Mendanha, além da música-título Tromboneando.

Se o trombonista é um “tesouro escondido”, como conceitua Frejat no texto em que apresenta o álbum gravado com músicos como o baixista Jamil Joanes e o saxofonista Leo Gandelman, entre muitos outros virtuoses, Tromboneando é a joia mais recente da discografia instrumental brasileira.