Critério de desempate das escolas só será divulgado mais tarde nesta quarta. Relembre como cada escola percorreu a Marquês de Sapucaí.
É nesta quarta-feira de cinzas (14) que o Rio de Janeiro irá conhecer a campeã do Grupo Especial de escolas de samba. O critério de desempate das escolas só será conhecido nesta quarta.
Ao todo, são 13 as agremiações que disputaram na Avenida da Marquês de Sapucaí o título de campeã do carnaval 2018. Relembre abaixo, segundo a ordem dos desfiles nos dois dias, como foram as apresentações de cada escola.
Império Serrano
Império Serrano retornou ao Grupo Especial após sete anos longe da elite. A escola de Madureira e de Oswaldo Cruz abriu o carnaval do Rio neste domingo (11).
Mesmo com enredo que homenageou a China, a escola verde e branca também lembrou Arlindo Cruz, sambista que se recupera de um AVC e é muito identificado com o Império.
São Clemente
A São Clemente foi a segunda escola a pisar na Sapucaí na noite do domingo (11) e veio com um desfile sobre os 200 anos da Escola de Belas Artes (EBA) do Rio na tentativa de conquistar o título inédito no Grupo Especial.
Carros e fantasias foram inspirados nas obras de grandes mestres da arte brasileira que tem ligação com a escola, a mais importante da América Latina. O enredo também lembrou o incêndio que destruiu parte da estrutura da Escola de Belas Artes em fevereiro de 2016.
Vila Isabel
O sabre de luz azul na mão do cantor Igor Sorriso já era o anúncio, desde o grito de guerra, de que a Vila Isabel iria iluminar a Sapucaí na madrugada de domingo (11) para segunda-feira (12). A escola encheu as fantasias de brilho e de luzes para cantar as grandes invenções da humanidade.
O enredo “Corra que o futuro vem aí” teve visual futurista para falar sobre o passado: da descoberta do fogo aos biocombustíveis, com uma reflexão final sobre os caminhos da ciência. Sob o comando do carnavalesco Paulo Barros, a Vila Isabel foi a terceira a pisar na avenida.
Paraíso do Tuiuti
Com o enredo “Meu Deus, meu Deus, está extinta a escravidão?”, a Paraíso do Tuiuti, do carnavalesco Jack Vasconcelos trouxe críticas a reforma trabalhista em seu desfile na madrugada desta segunda (12). No último carro, um componente viveu um “presidente vampiro” do neoliberalismo.
O vampiro foi representado pelo professor de história Léo Morais, que veio no último carro da escola, o navio ‘neo tumbeiro’. Leo trabalha como assistente do carnavalesco Jack Vasconcelos, que o convidou para representar o personagem no desfile. Leo não admite abertamente que o vampiro é o Michel Temer, mas afirma que é a favor dos protestos contra o presidente.
Grande Rio
Quarta escola a passar pela Sapucaí na madrugada desta segunda (12), a Grande Rio fez um desfile saudoso e cheio de irreverência sobre Chacrinha, mas foi prejudicada porque o último carro quebrou na concentração, a 500 metros da entrada da Marques de Sapucaí.
A escola ficou cerca de 10 minutos parada no início da avenida esperando que a alegoria fosse rebocada para entrar no desfile, o que acabou não acontecendo. A Grande Rio viveu momentos de drama com buracos na Avenida.
Mangueira
A Mangueira fez do limão uma limonada em seu carnaval de 2018. Após o corte de verba da Prefeitura do Rio para as escolas de samba, o enredo exaltou a simplicidade da festa desde suas origens. A escola foi a penúltima das sete a se apresentarem no 1º dia do Grupo Especial no Rio.
O enredo “Com dinheiro ou sem dinheiro eu brinco”, do carnavalesco Leandro Vieira, contou a história do carnaval no Rio, com foco na base popular e na festa de rua sem objetivo comercial. A escola entrou na Sapucaí às 4h35 da segunda-feira (12), após atraso da Grande Rio, escola anterior que teve um carro enguiçado.
Mocidade
A Mocidade Independente de Padre Miguel fechou a primeira noite de desfiles do Grupo Especial exaltando a Índia, na manhã desta segunda-feira (12).
Em busca do bicampeonato, a escola da Zona Oeste mostrou as semelhanças entre as culturas brasileira e indiana, com o enredo “Namastê… A estrela que habita em mim saúda a que existe em você”.
Unidos da Tijuca
A Unidos da Tijuca abriu o segundo dia de desfiles no Rio exaltando o ator, diretor e escritor Miguel Falabella. A escola da Zona Norte apresentou o enredo “Um coração urbano: Miguel, o arcanjo das artes, saúda o povo e pede passagem” nesta segunda (12).
O homenageado foi destaque, em desfile com Marisa Orth sambando como Magda, de “Sai de Baixo”, com direito a coleira com “Caco” escrito. Outros amigos como Arlete Salles, Cissa Guimarães, Claudia Raia e Aracy Balabanian também desfilaram
Portela
Uma das campeãs de 2017, quando dividiu o título com a Mocidade, a Portela levantou a Sapucaí com um enredo sobre refugiados e terminou o desfile na noite desta segunda-feira (12) com chance de levar o bicampeonato.
Segunda escola a atravessar a Avenida, a Portela já chegou à concentração com gritos de “é campeã” e contagiou a arquibancada, que cantou o samba durante todo o desfile. A escola da carnavalesca Rosa Magalhães abordou a questão dos imigrantes e refugiados ao contar a história de judeus que se refugiaram em Pernambuco na época da dominação holandesa.
União da Ilha
A União da Ilha do Governador despertou os sentidos na Sapucaí ao mostrar os ingredientes, as cores e até os aromas da culinária brasileira. A escola foi a terceira a desfilar no segundo dia de desfile do Grupo Especial do Rio, com o enredo “Brasil bom de boca”.
A Ilha entrou na avenida pouco depois da 0h de terça-feira (13) e fez o desfile em 73 minutos, sem problemas técnicos.
Salgueiro
Acadêmicos do Salgueiro fez um tributo às mulheres negras, cantando as “Senhoras do ventre do mundo” nesta madrugada de terça-feira (13).
Em busca de seu décimo título, após nove anos sem vencer, a escola da Zona Norte buscou inspiração em um enredo que homenageou Xica da Silva, há 55 anos.
Imperatriz Leopoldinense
A Imperatriz Leopoldinense misturou realeza e ciência no desfile sobre os 200 anos do Museu Nacional, que fica na Quinta da Boa Vista e também foi palácio da família real.
O carnavalesco Cahê Rodrigues se inspirou no filme “Uma noite no museu” e levou para a Sapucaí insetos, aves, fósseis e meteoros na penúltima apresentação da madrugada desta terça-feira (13).
Beija-Flor
A Beija-Flor de Nilópolis encerrou os desfiles do Grupo Especial no Rio com um paralelo entre o romance “Frankenstein”, que faz 200 anos, e mazelas sociais brasileiras. Corrupção, desigualdade, violência e intolerâncias de gênero, racial, religiosa e até esportiva formaram o cenário “monstruoso”.
O desfile da Beija-Flor começou pouco depois das 4h de terça-feira (13) e durou 72 minutos. Os protestos sociais fizeram coro com dois desfiles do dia anterior: da Mangueira e do Paraíso do Tuiuti.
GRUPO ESPECIAL RIO
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Império Serrano
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São Clemente
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Vila Isabel
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Paraíso do Tuiuti
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Grande Rio
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Mangueira
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Mocidade
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Unidos da Tijuca
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Portela
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União da Ilha
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Salgueiro
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Imperatriz Leopoldinense
- Beija-Flor