Com ‘vale’ atrasado, motoristas se preocupam com 13° e não descartam nova paralisação

Com ‘vale’ atrasado, motoristas se preocupam com 13° e não descartam nova paralisação

Por: Capital 95 | 2025-11-25


Pelo segundo mês consecutivo, o Consórcio Guaicurus atrasa o adiantamento salarial dos motoristas, chamado de vale. A empresa teria alegado falta de recursos para efetuar o pagamento, mesmo com contrato bilionário e tendo recebido repasses da Prefeitura de . Assim, motoristas temem atraso da primeira parcela do 13° salário, que deve ser depositada até sexta-feira (28) e não descartam novas paralisações.

Ao Jornal Midiamax, o presidente do STTCU-CG (Sindicato dos Trabalhadores em  Urbano de Campo Grande), Demétrio Freitas, afirmou que aguarda o pagamento ainda nesta terça-feira (25). “Eu tive uma conversa ontem e foi falado pra gente aguardar até hoje”, explica o representante dos motoristas. Segundo ele, o Consórcio Guaicurus alegou falta de dinheiro para o pagamento.

O vale deveria estar na conta dos motoristas no dia 20 de cada mês. Em outubro, o pagamento só ocorreu no dia 27, quando houve denúncias de suposta ‘greve fake’. Neste mês de novembro, o sindicato aguardou até segunda-feira (24) porque 20 de novembro foi feriado nacional pelo Dia da Consciência Negra, seguido pelo final de semana. Dessa forma, o presidente do STTCU-CG se reuniu ontem com representantes da empresa.

Segundo mês atrasado

No mês passado, a empresa também descumpriu o acordo de adiantamento salarial (vale) dos funcionários, mesmo lucrando com o contrato bilionário firmado até o ano de 2042. 

O valor do adiantamento salarial não cumprido pelos empresários do Consórcio Guaicurus em outubro representa cerca de 8% dos ganhos mensais, em média, obtidos com o contrato bilionário na primeira década do acordo.

Entre dezembro de 2013 e 2024, o Consórcio Guaicurus faturou, em média, cerca de R$ 180 milhões ao anoA receita total no período foi de R$ 1,8 bilhão, conforme perícia do Ibec Brasil (Instituto Brasileiro de Estudos Científicos LTDA) paga pelos empresários do grupo no ano passado.

Episódio semelhante ocorreu em dezembro de 2023. Naquela época, o grupo empresarial atrasou por 8 dias, e só pagou após determinação de desembargador da Justiça do Trabalho, conforme lembrado pelo presidente do STTCU/CG (Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo de Campo Grande), Demétrio Freitas.

Além disso, a concessionária que opera o sistema de transporte coletivo de Campo Grande já deixou de pagar à Prefeitura quase R$ 7 milhões em ISS (Imposto sobre Serviços). Desde 2022, os empresários dos ônibus estão isentos de pagar esse tributo, benefício que, entre idas e vindas, começou em 2013.

A previsão para os 12 meses de 2025 é de que o município deixe de arrecadar R$ 9.582.865,19.

‘Greve fake’ em outubro

Como se já não bastassem os frequentes atrasos e relatos de ônibus quebrados, quem depende do transporte público conviveu com a incerteza de que os ônibus circulariam no início do mês de outubro. 

No dia 22 de outubro, os terminais de ônibus amanheceram fechados por uma paralisação que durou cerca de três horas. Porém, conforme denúncias de ex-motoristas publicadas pelo Jornal Midiamax, a ‘greve fake’ seria uma manobra do Consórcio Guaicurus para pressionar pelo envio de mais dinheiro.

Secretários da prefeitura da Capital informaram que a administração adiantou R$ 2,3 milhões aos empresários após reunião com a diretoria do Consórcio no mesmo dia da paralisação. Mesmo assim, o Consórcio não pagou os motoristas e o sindicato da categoria passou a ameaçar parar o transporte de novo no dia 27.

Porém, após a divulgação de denúncias de suposta ‘greve fake’, o Consórcio Guaicurus recuou e pagou os motoristas após sete dias de atraso. Assim, o sindicato cancelou a assembleia que poderia definir nova paralisação.


Fonte: Midiamax


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