Por: Capital 95 | 2025-10-27
O policial penal, Emerson Adolfo Scipiao dos Santos, perdeu o cargo público, quatro anos depois de ser deflagrada a operação Ouro Branco, onde revelou um esquema de drogas que abastecia o Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande.
Segundo a portaria da Agepen (Agência Estadual do Sistema Penitenciário) publicada nesta segunda-feira (27) no Diário Oficial do Estado, foi decretado a perda do cargo público de policial penal, ocupado por Emerson, policial penal, matrícula 467985022, lotado na Agepen, com validade a contar da data de publicação.
A portaria é assinada pelo diretor-presidente da Agência, Rodrigo Rossi Maiorchini.
O esquema
Em 2021, foi revelado que a entrada de maconha e cocaína no presídio funcionava com o interno saindo da unidade “escoltado” pelo agente penitenciário Emerson e pelo policial militar, Carlos Alberto Rocha.
O detento puxava uma estrutura onde era instalado o container com lixo até o lado externo. O preso “trocava” parte dos resíduos por tabletes de droga, escondidos nas bordas, tomando o cuidado de deixar parte deles, a fim de mascarar o cheiro. O procedimento durava pelo menos 1 hora.
A esposa do preso, que morava perto da Máxima, localizada no Bairro Noroeste, junto a outras três mulheres eram responsáveis por ‘abastecer’ o container que ficava do lado de fora. Elas eram avisadas por ligação, feita pelo interno, de quando um novo carregamento da droga chegaria. Pelo serviço, a esposa do preso recebia R$ 1 mil.
Já o PM fazia a vigilância do presídio e garantia o funcionamento do esquema. Foram apreendidos cinco celulares e R$ 70 mil em espécie. Além da droga, também eram ‘transportados’ celulares e bebida alcoólica.
Operação Ouro Branco
O ex-sargento da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, Carlos Alberto Rocha, preso durante a deflagração da Operação Ouro Branco, em outubro de 2021, cumpria pena em regime semiaberto pelo assassinato de João Victor Gomes, de 21 anos, em agosto de 2016.
Durante a operação, oito pessoas foram presas, entre elas cinco mulheres. Em depoimento, o militar reformado negou participação no esquema de drogas que abastecia o Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande.
Ele disse conhecer o agente penitenciário, Emerson Adolfo Scipião dos Santos, mas afirmou não saber que ele estaria envolvido em tráfico de drogas.
Carlos confirmou que almoçava, às vezes, com Emerson e o detento Ronaldo Aparecido Paulo de Souza, que cumpre pena por tráfico de drogas, mas que em nenhuma conversa falavam sobre drogas, já que ele não permitia.
Ele confirmou já ter recebido valores da namorada de Ronaldo conhecido como Rony para um projeto social com crianças em um campo de futebol, na região. O militar reformado também revelou ter recebido valores entre R$ 300 e R$ 500 de Emerson, mas também para seu projeto social.
Na época, foram presos o agente penitenciário Emerson Adolfo Scipião dos Santos, de 38 anos, Ronaldo Aparecido Paulo de Souza, de 40 anos, que cumpria pena pelo crime de tráfico de drogas na Máxima, Daiane Ferreira, de 31 anos, Drielly Ferrera Fim, de 27 anos, Karina Ferandez, de 23 anos, Lorrana Fernandez, de 21 anos, o policial militar reformado Carlos Alberto Rocha, de 57 anos, e Paola dos Santos Correa, de 19 anos.
